Textos
O cobre é um
elemento vestigial essencial. Existe nas formas cuprosa (Cu++) e cuprica
(Cu+++) sendo esta ultima a mais frequente no organismo.
O cobre está muito distribuído
nos alimentos. As fontes mais abundantes são mariscos, fígado, rins, cérebro,
nozes, leguminosas secas, passas e cacau. .
Necessidades diárias
Idade mg/dia
Até 1 ano 220
1-3
340
4-8
440
9-13 700
»14 900
Gravidez 1000
Lactação 1300
Nos EUA o consumo médio é de
1000-1100 para a mulher e de 1200-1600
para o homem
Absorção
Tal como o zinco é absorvido no
duodeno pela acção da metalationeina. A intensidade da sua absorção
depende do aporte alimentar indo de 55%
para aportes baixos a 12% para altos.
Transporte
10% do cobre é transportado pela
albumina e 90% pela ceruloplasmina. Como o cobre está muito menos fortemente
ligado à albumina que à ceruloplasmina, a albumina cede muito mais facilmente o
cobre aos tecidos e parece desempenhar um papel muito mais importante no
transporte do cobre.
Ao chegar ao fígado é reduzido
por uma redutase membranária e penetra no hepatocito por transferência passiva.
Ceruloplasmina
A ceruloplasmina contém uma
cadeia polipeptidica única tendo o peso molecular de 132.000. É sintetizada no
fígado onde recebe seis átomos de cobre e depois é segregada para o plasma.
O papel da ceruloplasmina não é
ainda bem conhecido. Parece ter um papel importante no metabolismo do ferro,
possivelmente catalisando a oxidação do ferro ferroso em ferrico forma sob a
qual o ferro se liga à ferritina.
Todavia não há qualquer
explicação sobre esta associação do transporte do cobre e do ferro.
Funções
Os metaloenzimas contendo cobre
estão envolvidos em reacções usando oxigénio
Enzimas contendo cobre
Enzimas
|
Funções
|
Citocromo oxidase
|
Cadeia respiratória
|
Lisil oxidase
|
Síntese do colageneo
|
Dopamina-b-hidroxilase
|
Síntese de neurotransmissores
|
Tirosinna oxidase
|
Síntese da melanina
|
Superoxido dismutase
citoplasmica
|
remoção do oxigénio
|
Amino-oxidase
|
Catabolismo da histamina
|
Uricase (não nos primatas)
|
Catabolismo do acido úrico nos
não primatas
|
Excreção
O cobre excreta-se através da
bílis para o intestino. Os lisosomas excretam para a bílis o cobre que se
separou da ceruloplasmina através do seu catabolismo. O cobre não absorvido é
eliminado pelas fezes. Como a
ceruloplasmina não atravessa o glomerulo, o cobre não é excretado pela
urina.
Patologia
Hipocupremia: Encontram-se
níveis séricos de cobre diminuídos na malnutrição proteica, em prematuros
alimentados exclusivamente com leite e na alimentação parentérica prolongada.
Na deficiência intensa observa-se anemia pela diminuição da síntese do heme e
transtornos neurológicos por diminuição da síntese da mielina.
Hipercupremia: Descreveram-se
níveis sericos elevados de cobre em muitas infecções agudas e crónicas, talvez
devido a um mediador leucocitário actuando sobre a síntese hepatíca de
ceruloplasmina.
É discutida a sua participação na
dpença de Alzheimer
Pode surgir pela ingestão de água
contaminada.
Pode ser libertado de
canalizações em cobre pela acção corrosiva de algumas águas, nomeadamente as
águas acidas e com baixo teor em minerais.
Descreveu-se tambem hipercupremia
em infecções agudas e crónicas que será provavelmente devida à acção de um
mediador leucocitario estimulando a síntese de ceruloplasmina no fígado.
Doença de
Wilson
Na doença de Wilson ou
degenerescência hepatolenticular o cobre não é
incorporado do hepatocito e não é excretado pela bílis. Resulta daqui um
grande aumento do cobre citosolico e uma redistribuição progressiva do cobre ao
nível dos lisosomas o que pode levar a
uma necrose dos hepatocitos e há uma libertação macissa de cobre para o plasma
que se irá acumular preferencialmente no sistema nervoso e na córnea. O aumento
do cobre nas células hepáticas inibe a sua ligação com a ceruloplasmina que por
esta razão terá teores baixos no sangue. Como consequência da acumulação de
cobre pode surgir anemia hemolitica, cirrose hepática e um síndroma neurológico
devido à acumulação de cobre nos gânglios basais. O cobre também se pode
acumular na retina, levando ao aparecimento de um anel amarelo-acastanhado, o
anel de Kayser-Fleischer, característico desta doença.
A causa desta doença parece ser devida à mutação de uma
proteína transmembranaria, a proteína ATP/B ou proteína de Wilson, que tem por
função fazer um vaivém entre o meio externo e o interior das células,
conduzindo o cobre para as metaloproteinas contendo cobre. A doença é
autosómica recessiva, sendo a mutação mais frequente a mudança da His 1069 para
Gln 1069.
A doença de Wilson diagnostica-se pelo aumento da excreção
urinária de cobre e do cobre plasmatico não ligado à ceruloplasmina.
Quando não tratada, a doença é mortal.
O tratamento consiste no emprego de quelantes, sendo o mais eficaz a
penicilinamida. Após um período inicial com penicilinamida, poder-se-á
seguir a administração de doses elevadas
de zinco (150 mg de zinco per os/dia). O zinco administrado aumenta a
metalotioneina intestinal que irá fixar cobre e eliminá-lo pelas fezes.
Doença de
Menkes
Esta doença também é conhecida pelo síndroma dos cabelos
quebradiços devido à textura particular dos cabelos que se partem com facilidade. Observa-se uma diminuição
do cobre no soro, fígado e cérebro e aumento no intestino e rins. Deve-se a um
defeito na absorção intestinal de cobre depositando-se este na metalotioneina
intestinal. Trata-se da mutação de uma proteína existente no retículo
endoplasmico. Está relacionada com o cromossoma X e portanto está ligada ao
sexo masculino. Surge nas primeiras idades levando geralmente à morte antes dos
três anos. A sintomatologia deve-se ao funcionamento defeituoso dos enzimas
contendo cobre como a lisil oxidase e a dopamina b-oxidase. A deficiência em lisil oxidase diminui as
ligações cruzadas acarretando os cabelos quebradiços, fragilidade arterial,
osteoporose. A deficiência em dopamina-b-hidroxilase pode explicar
os sintomas neurológicos.
Links
Textos
Cobre nos alimentos
Absorção do cobre
Cobre e metabolismo
do colagénio
Cobre e saúde
Cobre na agua
corrente
Deficiencia em cobre
Situações alterando o
metabolismo do cobre
Deficiencia em cobre
e desenvolvimento prenatal
Toxicidade do cobre
Menkes
Wilson
Cobre nas doenças neurológicas
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