quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Cobre

Textos



O cobre é um elemento vestigial essencial. Existe nas formas cuprosa (Cu++) e cuprica (Cu+++) sendo esta ultima a mais frequente no organismo.

Fontes


O cobre está muito distribuído nos alimentos. As fontes mais abundantes são mariscos, fígado, rins, cérebro, nozes, leguminosas secas, passas e cacau. .


Necessidades diárias


Idade                        mg/dia
Até 1 ano                        220
1-3                                                                       340
4-8                                                                         440
9-13                                   700  
»14                                     900
Gravidez                            1000

Lactação                           1300

Nos EUA o consumo médio é de 1000-1100 para a mulher  e de 1200-1600 para o homem

    

Absorção


Tal como o zinco é absorvido no duodeno pela acção da metalationeina. A intensidade da sua absorção depende   do aporte alimentar indo de 55% para aportes baixos a 12% para altos.


Transporte


10% do cobre é transportado pela albumina e 90% pela ceruloplasmina. Como o cobre está muito menos fortemente ligado à albumina que à ceruloplasmina, a albumina cede muito mais facilmente o cobre aos tecidos e parece desempenhar um papel muito mais importante no transporte do cobre.
Ao chegar ao fígado é reduzido por uma redutase membranária e penetra no hepatocito por transferência passiva.

Ceruloplasmina


A ceruloplasmina contém uma cadeia polipeptidica única tendo o peso molecular de 132.000. É sintetizada no fígado onde recebe seis átomos de cobre e depois é segregada para o plasma.
O papel da ceruloplasmina não é ainda bem conhecido. Parece ter um papel importante no metabolismo do ferro, possivelmente catalisando a oxidação do ferro ferroso em ferrico forma sob a qual o ferro se liga à ferritina.
Todavia não há qualquer explicação sobre esta associação do transporte do cobre e do ferro.


Funções


Os metaloenzimas contendo cobre estão envolvidos em reacções usando oxigénio 





Enzimas contendo cobre

Enzimas
Funções
Citocromo oxidase
Cadeia respiratória
Lisil oxidase
Síntese do colageneo
Dopamina-b-hidroxilase
Síntese de neurotransmissores
Tirosinna oxidase
Síntese da melanina
Superoxido dismutase citoplasmica
remoção do oxigénio
Amino-oxidase
Catabolismo da histamina
Uricase (não nos primatas)
Catabolismo do acido úrico nos não primatas


Excreção

O cobre excreta-se através da bílis para o intestino. Os lisosomas excretam para a bílis o cobre que se separou da ceruloplasmina através do seu catabolismo. O cobre não absorvido é eliminado pelas fezes. Como a  ceruloplasmina não atravessa o glomerulo, o cobre não é excretado pela urina.




Patologia


Hipocupremia:  Encontram-se níveis séricos de cobre diminuídos na malnutrição proteica, em prematuros alimentados exclusivamente com leite e na alimentação parentérica prolongada. Na deficiência intensa observa-se anemia pela diminuição da síntese do heme e transtornos neurológicos por diminuição da síntese da mielina.
Hipercupremia:  Descreveram-se níveis sericos elevados de cobre em muitas infecções agudas e crónicas, talvez devido a um mediador leucocitário actuando sobre a síntese hepatíca de ceruloplasmina.
É discutida a sua participação na dpença de Alzheimer
Pode surgir pela ingestão de água contaminada.
Pode ser libertado de canalizações em cobre pela acção corrosiva de algumas águas, nomeadamente as águas acidas e com baixo teor em minerais.
Descreveu-se tambem hipercupremia em infecções agudas e crónicas que será provavelmente devida à acção de um mediador leucocitario estimulando a síntese de ceruloplasmina no fígado.

Doença de Wilson

Na doença de Wilson ou degenerescência hepatolenticular o cobre não é  incorporado do hepatocito e não é excretado pela bílis. Resulta daqui um grande aumento do cobre citosolico e uma redistribuição progressiva do cobre ao nível dos lisosomas  o que pode levar a uma necrose dos hepatocitos e há uma libertação macissa de cobre para o plasma que se irá acumular preferencialmente no sistema nervoso e na córnea. O aumento do cobre nas células hepáticas inibe a sua ligação com a ceruloplasmina que por esta razão terá teores baixos no sangue. Como consequência da acumulação de cobre pode surgir anemia hemolitica, cirrose hepática e um síndroma neurológico devido à acumulação de cobre nos gânglios basais. O cobre também se pode acumular na retina, levando ao aparecimento de um anel amarelo-acastanhado, o anel de Kayser-Fleischer, característico desta doença.
A causa desta doença parece ser devida à mutação de uma proteína transmembranaria, a proteína ATP/B ou proteína de Wilson, que tem por função fazer um vaivém entre o meio externo e o interior das células, conduzindo o cobre para as metaloproteinas contendo cobre. A doença é autosómica recessiva, sendo a mutação mais frequente a mudança da His 1069 para Gln 1069.
A doença de Wilson diagnostica-se pelo aumento da excreção urinária de cobre e do cobre plasmatico não ligado à ceruloplasmina.
Quando não tratada, a doença é mortal. O tratamento consiste no emprego de quelantes, sendo o mais eficaz a penicilinamida. Após um período inicial com penicilinamida, poder-se-á seguir  a administração de doses elevadas de zinco (150 mg de zinco per os/dia). O zinco administrado aumenta a metalotioneina intestinal que irá fixar cobre e eliminá-lo pelas fezes.


Doença de Menkes

Esta doença também é conhecida pelo síndroma dos cabelos quebradiços devido à textura particular dos cabelos que se  partem com facilidade. Observa-se uma diminuição do cobre no soro, fígado e cérebro e aumento no intestino e rins. Deve-se a um defeito na absorção intestinal de cobre depositando-se este na metalotioneina intestinal. Trata-se da mutação de uma proteína existente no retículo endoplasmico. Está relacionada com o cromossoma X e portanto está ligada ao sexo masculino. Surge nas primeiras idades levando geralmente à morte antes dos três anos. A sintomatologia deve-se ao funcionamento defeituoso dos enzimas contendo cobre como a lisil oxidase e a dopamina b-oxidase. A  deficiência em lisil oxidase diminui as ligações cruzadas acarretando os cabelos quebradiços, fragilidade arterial, osteoporose. A deficiência em dopamina-b-hidroxilase pode explicar os sintomas neurológicos.



Links

Textos


Cobre nos alimentos


Absorção do cobre


Cobre e metabolismo do colagénio


Cobre e saúde



Cobre na agua corrente




Deficiencia em cobre


Situações alterando o metabolismo do cobre



Deficiencia em cobre e desenvolvimento prenatal


Toxicidade do cobre


Menkes


Wilson


Cobre nas doenças neurológicas



Medicina complementar








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