TEXTOS
Características
químicas
Pode apresentar-se nos estados de
oxidação II, III e VI. A forma II passa facilmente à III na presença de
oxidantes. A VI é altamente oxidante e passa a III na presença de redutores. No
organismo só são interessantes as formas III e VI. Têm propriedades
físico-químicas que justificam o seu grande emprego na industria, o que explica
a existência de intoxicações pelo crómio.
Como a forma VI é altamente
tóxica, as águas residuais são tratadas para se converterem na III.
Fontes.
Na natureza encontra-se como
Cr(III) cujos sais são muito pouco solúveis e de toxicidade baixa.
O conteúdo nos alimentos é baixo.
A fonte mais importante é a proteína animal. As bebidas apresentam cerca de 1/3
da ingestão total.
Necessidades
Idade Necessidades em ug/dia
Homens Mulheres
0-6 meses 0,2 0,2
6-12 meses 5,5 5,5
1—8 anos 13 13
9-13 25 21
14-50 35 25
»51 30 20
Gravidez 30
Lactação 45
A ingestão média é de 23-29
A RDA proposta é de 50-200
Parece que o conteúdo em crómio
na alimentação se encontra abaixo das necessidades. Há quem aconselhe a
suplementação na terceira idade, diabetes, ateroesclerose e algumas doenças
crónicas
Absorção
Absorção oral
É a via usual de absorção. A
absorção é maior quando a secreção gástrica é moderada ou baixa e o Cr(VI) não
se reduz a III. A maior parte da absorção faz-se no jejuno
por difusão passiva.
Inalação
É a maior via da entrada nas intoxicações profissionais. Na industria são
usados frequentemente compostos de crómio sob a forma de aerossóis, vapores ou
pó que podem ser inalados. A absorção
depende da tensão superficial e do peso e tamanho das partículas. De um modo
geral as partículas com diâmetro superior a 5 micra depositam-se nas vias
altas, de 2 a 5 na árvore bronquica e vias inferiores e menor que 2 nos
alvéolos. Uma parte deposita-se sempre no tecido pulmonar como forma insolúvel.
Absorção
cutânea
O crómio é absorvido facilmente
pela pele, em especial se houver lesões.
Distribuição
O cromio
VI atravessa facilmente a membrana celular, ao contrário do III, sendo o cromio
VI reduzido a III nas mitocondrias e no
núcleo.
O crómio no sangue distribui-se
em partes iguais entre os eritrocitos e o plasma. O cromio VI atravessa a
membrana dos eritrocitos e reduz-se posteriormente ficando ligado à fracção
globulinica da hemoglobina.
O cromo III não se incorpora no eritrocitos unindo-se à
globulina serica para depois ser excretado.
No soro o crómio é transportado
pela ferritina e em menores quantidades pela albumina.
O crómio incorpora-se nos
tecidos, fazendo complexos com aminoacidos.
Excreção
60 a 80% do crómio é eliminado
pela urina. O restante é eliminado pela bílis, pelo suor e unhas.
Funções
O mecanismo de acção do crómio
ainda é pouco conhecido. O cromo III é um cofactor da insulina, facilitando a
entrada da glicose para dentro da célula. O crómio poderia actuar aumentando os
receptores da insulina mediante a formação de um composto ternário entre a
insulina e os receptores tissulares.
A resposta ao receptor é
facilitada por uma proteina de baixo peso moleculara LMWCr que existe numa
forma inactiva ligada a um peptido que deverá ser removido para ela poder
actuar.
A sua carencia poderá estar
associada à diabetes tipo II.
Deficiencia
Descreveram-se três casos de alimentação intravenosa
prolongada sem suplementos de crómio em que se observaram tolerancia diminuida
à glicose e necessidades aumentadas de insulina, sintomatologia semelhante ao
sindroma plurimetabólico.Há uma resposta favorável a suplementos de crómio
50% dos casos de sindroma plurimetabolico respondem a
suplementos de crómio
Intoxicação.
O crómio VI para se reduzir em
III sofre uma redução intracelular necessitando de NAD e NADPH. Nas
intoxicações o excesso do crómio VI mobiliza grandes quantidades destes
nucleotidos o que irá afectar vários processos metabólicos.
Os casos de intoxicação aguda são
raros sendo causados por ingestão de quantidades excessivas de crómio,
manifestando-se por inflamação do tubo digestivo e posterior necrose e nos
sobreviventes, lesões hepáticas e renais.
A intoxicação crónica deve-se a
causas ocupacionais e é produzida sempre
pelo crómio VI. Está descrito um numero aumentado de aberrações cromosomicas.
As concentrações sericas superiores
a 1mg/100 ml são letais.
O sinais mais frequentes de
intoxicação são alterações dérmicas com erupções localizadas quase sempre no
antebraço. Também se pode observar coloração amarelada dos dentes, gastrite,
esofagite e ulcera do estômago.
As próteses ortopédicas
utilizadas em implantes têm crómio e, como consequência, podem libertar
pequenas quantidades de crómio VI.
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