quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cromio

TEXTOS


Características químicas


Pode apresentar-se nos estados de oxidação II, III e VI. A forma II passa facilmente à III na presença de oxidantes. A VI é altamente oxidante e passa a III na presença de redutores. No organismo só são interessantes as formas III e VI. Têm propriedades físico-químicas que justificam o seu grande emprego na industria, o que explica a existência de intoxicações pelo crómio.
Como a forma VI é altamente tóxica, as águas residuais são tratadas para se converterem na III.


Fontes.


Na natureza encontra-se como Cr(III) cujos sais são muito pouco solúveis e de toxicidade baixa.
O conteúdo nos alimentos é baixo. A fonte mais importante é a proteína animal. As bebidas apresentam cerca de 1/3 da ingestão total.


Necessidades


Idade                Necessidades em ug/dia
                                Homens   Mulheres

0-6 meses                   0,2               0,2
6-12 meses                  5,5               5,5
1—8 anos                    13               13  
9-13                              25               21    
14-50                             35              25   
»51                                30               20
Gravidez                                          30
Lactação                                           45

A ingestão média é de 23-29
A RDA proposta é de 50-200
Parece que o conteúdo em crómio na alimentação se encontra abaixo das necessidades. Há quem aconselhe a suplementação na terceira idade, diabetes, ateroesclerose e algumas doenças crónicas


Absorção


Absorção oral

É a via usual de absorção. A absorção é maior quando a secreção gástrica é moderada ou baixa e o Cr(VI) não se reduz a III. A maior parte da absorção faz-se no jejuno por difusão passiva.

Inalação

É a maior via da entrada nas  intoxicações profissionais. Na industria são usados frequentemente compostos de crómio sob a forma de aerossóis, vapores ou pó que podem ser inalados. A  absorção depende da tensão superficial e do peso e tamanho das partículas. De um modo geral as partículas com diâmetro superior a 5 micra depositam-se nas vias altas, de 2 a 5 na árvore bronquica e vias inferiores e menor que 2 nos alvéolos. Uma parte deposita-se sempre no tecido pulmonar como forma insolúvel.

Absorção cutânea

O crómio é absorvido facilmente pela pele, em especial se houver lesões.

Distribuição


O cromio VI atravessa facilmente a membrana celular, ao contrário do III, sendo o cromio VI reduzido a III  nas mitocondrias e no núcleo.
O crómio no sangue distribui-se em partes iguais entre os eritrocitos e o plasma. O cromio VI atravessa a membrana dos eritrocitos e reduz-se posteriormente ficando ligado à fracção globulinica da hemoglobina.
O cromo III não se  incorpora no eritrocitos unindo-se à globulina serica para depois ser excretado.
No soro o crómio é transportado pela ferritina e em menores quantidades pela albumina.
O crómio incorpora-se nos tecidos, fazendo complexos com aminoacidos.


Excreção


60 a 80% do crómio é eliminado pela urina. O restante é eliminado pela bílis, pelo suor e unhas.


Funções


O mecanismo de acção do crómio ainda é pouco conhecido. O cromo III é um cofactor da insulina, facilitando a entrada da glicose para dentro da célula. O crómio poderia actuar aumentando os receptores da insulina mediante a formação de um composto ternário entre a insulina e os receptores tissulares.
A resposta ao receptor é facilitada por uma proteina de baixo peso moleculara LMWCr que existe numa forma inactiva ligada a um peptido que deverá ser removido para ela poder actuar.
A sua carencia poderá estar associada à diabetes tipo II.


Deficiencia


Descreveram-se três casos de alimentação intravenosa prolongada sem suplementos de crómio em que se observaram tolerancia diminuida à glicose e necessidades aumentadas de insulina, sintomatologia semelhante ao sindroma plurimetabólico.Há uma resposta favorável a suplementos de crómio
50% dos casos de sindroma plurimetabolico respondem a suplementos de crómio

Intoxicação.

O crómio VI para se reduzir em III sofre uma redução intracelular necessitando de NAD e NADPH. Nas intoxicações o excesso do crómio VI mobiliza grandes quantidades destes nucleotidos o que irá afectar vários processos metabólicos.
Os casos de intoxicação aguda são raros sendo causados por ingestão de quantidades excessivas de crómio, manifestando-se por inflamação do tubo digestivo e posterior necrose e nos sobreviventes, lesões hepáticas e renais.
A intoxicação crónica deve-se a causas ocupacionais e é produzida  sempre pelo crómio VI. Está descrito um numero aumentado de aberrações cromosomicas.
As concentrações sericas superiores a 1mg/100 ml são letais.
O sinais mais frequentes de intoxicação são alterações dérmicas com erupções localizadas quase sempre no antebraço. Também se pode observar coloração amarelada dos dentes, gastrite, esofagite e ulcera do estômago.
As próteses ortopédicas utilizadas em implantes têm crómio e, como consequência, podem libertar pequenas quantidades de crómio VI.

       

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